Prévia: Need For Speed: Hot Pursuit

Quem acompanha a série Need For Speed, deve ter percebido que nos últimos anos ela anda com sérios problemas de identidade. Foram reinvenções atrás de reinvenções que resultaram em um aglomerado de jogos medianos sem nenhum atrativo especial. No ano passado a chegada de Shift provou que ainda há salvação, porém o jogo não é um Need For Speed. Não entenda mal, mas Shift é bom mesmo, mas não é um Need puro sangue. É aí que entra a Criterion Games. Uma da empresa que batalhou para ter seu lugar ao sol com os jogos de corrida mais alucinados de todos os tempos: Burnout. Com eles a coisa pode mudar de figura.

Há pouco mais de um ano a Electronic Arts anunciou que  NFS deixaria de ser produzido pela EA Black Box para ficar nas mãos dos caras da Criterion. Na época o anúncio foi muito bem recebido pelos jogadores e esse ano os caras mostraram como é está o desenvolvimento do game. Craig Sullivan, diretor criativo da Criterion disse na coletiva de imprensa disse que “Estamos reimaginando a série para a geração dos consoles conectados. Mas também estamos voltando às raízes e vamos fazer com que todos sintam que estão jogando um Need For Speed.”

Para fazer isso eles voltaram no tempo. Pesquisaram quais eram os jogos da franquia que mais marcaram os fãs da série. O resultado foi justo: Hot Pursuit. O game que reuniu carros exóticos, corridas em estradas e perseguições frenéticas, foi o ponto de inspiração dos caras e o resultado mostrado até agora deixa todos com vontade de segurar o controle e não largar mais.
Olho no retrovisor, pé no acelerador
Imagine uma estrada cercada por árvores, tanquila e deserta. De repente um Lamborghini Muciélago passa rasgando o asfalto. O motor grita pedindo para mudar de marcha e o ponteiro do acelerador passa dos 200 Km/h. Na cola dele diversos outros carros parrudos brigando para chegar em primeiro lugar. Isso já seria competição demais para os amantes de velocidade. Mas basta passar por um outdoor para as coisas complicarem: os policiais saem do esconderijo tentando pegar todos os transgressores da lei.

Além de se preocupar com os competidores, o jogador terá que ficar de olho no que os homens da lei vão usar para pará-los. A lista de “armas” é extensa, como bloqueios de rua, pulsos eletromagnéticos, pregos e helicópteros. Você como um bom corredor também tem seus truques na manga, como o bloqueador de radar que pode garantir que você mude de caminho e despiste os policiais. Mas essas armas não vão fazer com que Hot Pursuit se torne um Mario Kart ou Blur. Os equipamentos que estarão no jogo mantêm o nível de realidade, ou seja, nada de míssil teleguiado ou escudos de energia para se proteger. Se seu carro quebrar a perseguição acaba, assim como sua vida de crimes.

Os menus da tela mostram todas as informações porém sem atrapalhar o principal, que é a ação. Os mostradores são transparentes e ficam bem nos cantos da tela, assim seu foco sempre será a corrida, não o velocímetro. Entre as informações estão quais habilidades podem ser usadas, o quanto o corredor está causando de custos na perseguição, um mini mapa e o quanto de dano o carro ainda agüenta, além de um retrovisor na parte superior que é essencial para esse jogo.

O melhor é que você não vai ficar preso sendo apenas o corredor que foge da polícia – você pode ser um dos homens da lei perseguindo os criminosos. Caso se canse de correr dos tiras, vire um deles e prenda todos os que estiverem pelo caminho. Só que não é porque o jogo é feito pelos caras de  Burnout que o game terá a mesma resposta. Os carros mais potentes são mais pesados do que os de rua – culpa dos motores gigantescos que são protegidos pelo capô. Com isso tudo mudou, desde a aceleração até a forma de fazer as curvas derrapando. Hot Pursuit não chega ser um simulador, mas também não é um arcade – imagine algo entre os dois termos e você terá uma ideia do que o aguarda.

Por falar em carros, não espere ver um Gol ou um Uno nas estradas de  Hot Pursuit, só os carros envenenados estarão disponíveis para escolher, como o Pagani Zonda Cinque, Koenigsegg CCX, a McLaren MP4-12C e o Ford Shelby GT500. E esses são apenas alguns. A Criterion promete cerca de 40 veículos, todos eles de poder imensurável e que vão colocar os fãs de carros em êxtase.
Vida Online
Bater o carro, fazer curvas derrapando, chamar reforço policial. Esse é o básico de Hot Purwsuit, mas o game vai além, muda a forma que encaramos o gênero. Para começar, a Criterion quer fazer é colocar Need For Speed na “geração conectada”, ou seja, tudo o que você fizer vai ser online. Seus recordes serão postados online para qualquer pessoa que tenha o jogo desafiá-lo. Imagine isso como uma rede social focada em Hot Pursuit. O nome dessa rede é Need For Speed Autolog.

Com o Autolog o jogo vai oferecer desafios baseados no que seus amigos fazem para que então exista uma competição amigável nos mesmos parâmetros. Além disso, existirá um ranking mundial para comparar os melhores policiais e apontar qual é o piloto mais procurado no universo do game. A rede também vai guardar suas fotos e os replays automaticamente, assim, basta entrar no site do Autolog de qualquer computador para ver seus feitos, além de poder compartilhar no Facebook e/ou Twitter.

O que foi mostrado durante a E3 não é muito, porém foi o suficiente para mostrar que a Criterion está realmente com a bola toda. Os caras merecem fazer um grande jogo da franquia Need For Speed. Eles estão entre os melhores estúdios de jogos de corrida da atualidade. Desde sua criação não existe um jogo sequer que manche a reputação dos caras. E parece que ela vai continuar imaculada.